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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Crítica: "Warcraft" - "Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos"

Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos

4 ESTRELAS


A primeira cena já é um alívio. O close no rosto de Durotan retira um peso das costas de fãs e jogadores que querem ver filmes de seus games enquanto mostra o empenho da produção e a que veio.
A história de "Warcraft" consiste em um lore com mais de 20 anos, quando o jogo Orcs & Humans iniciou este universo, que é detalhadíssimo e assustador para se adaptar. No entanto, o filme consegue apresentar este mundo vasto sem tentar ficar explicando a origem de tudo e o que cada coisa é.
A narração inicial de Durotan é suficiente para que se entenda o que está acontecendo durante as lindas, de se ver e ouvir, duas horas de filme. Warcraft não é sobre uma guerra entre orcs e humanos e sim sobre um povo que quer um novo mundo para morar e outro que precisa defender o seu. Existem por quês, emoções e tramas que vão muito além do mata-mata, como o diretor Duncan Jones fez questão de sempre deixar claro.
Infelizmente, as emoções em si não são bem trabalhadas e isso fica claro quando um pai perde seu filho, que é massacrado, e nem uma única lágrima é derramada, o que resulta em um final triste, porém sem vínculos emocionais, algo que os sacrifícios e a cena num todo pede. Talvez tenha sido intencional humanizar mais os orcs do que os verdadeiros humanos para transmitir a ideia que estes não são monstros sem coração, mas balanceamento teria sido melhor do que chorar por um e rir da "tosquice" de outro.
Um dos pontos fortes do filme é o elenco e a escalação para os personagens. Talvez o menos apurado seja o Guardião, Medivh, de Ben Foster, que poderia ter sido interpretado por alguém mais velho, com postura de sábio, mas a Garona de Paula Patton é magnífica em sua assimilação entre orquisa e humana, algo que foi alterado dos game, e o mago Khadgar de Ben Schnetzer é o responsável por trazer magia à história representando os jogadores de speller com uma história intrigante. E talvez a melhor escolha tenha sido Dominic Cooper (Preacher) para o rei Llane Wrynn. Em batalha ou fora dela, o ator é sempre muito mundano, ainda aparecendo em alguns momentos exclusivos, como um governante para seus súditos. Então ainda que Anduin Lothar carregue o filme (Travis Fimmel), este não tem o carisma suficiente, como Viggo tinha em "O Senhor dos Anéis".
Outra vantagem é que o roteiro não subestima o espectador. Não existem frases explicativas que não sejam necessárias e o passado de personagens é contado por partes que no fim se tornam um todo bem explicado, sem "momentos" para que as referências sejam mastigadas como em "As Tartarugas Ninja". Isso pode ser difícil para uma parcela, uma grande parcela, do público entender, mas é uma história bem contada.
Finalizando, "Warcraft" é um belo filme e uma adaptação de game com fan services e que deixa, já apresentados, personagens e tramas para o futuro, então é necessário amar muito este universo de fantasia, RPG e magia para apreciar o filme.

sábado, 14 de maio de 2016

Crítica: "Batman v Superman: Dawn of Justice" - "Batman vs Superman: A Origem da Justiça"

Batman vs Superman: A Origem da Justiça

4 ESTRELAS



Steven Spielberg disse que a fase dos filmes de super-heróis irá passar, seguindo o caminho dos filmes de faroeste.
"Super-herói" não é um gênero, diferente da comédia, do terror, da ação e do faroeste, tão famoso dos anos 30 à 70 e que "voltou" em "Os Oito Odiados" de Tarantino e até mesmo em "Mad Max: Estrada da Fúria" de George Miller. Desta forma, estúdios podem utilizar seus heróis dentro dos gêneros que preferirem, mas estes nunca deixarão de ser seres que podem se encaixar nestes ambientes diferenciados - de Sci-Fi à Faroeste. E se depender de Zack Snyder, seus heróis não serão iguais aos action figures coloridos da Marvel.
Os super humanos da DC não são como os Vingadores, que salvam o mundo e se encontram na lanchonete para uma "boquinha". Existe uma aura de seriedade, realismo e sombria que os cerca e o diretor os encara como os deuses e alienígenas, acima dos humanos, que de fato são. Não se pode esperar um "O Demônio na Garrafa" adaptado para Robert Downey Jr. nas telas de cinema, mas "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller e os jogos da série Arkham são duas das grandiosas fontes de onde o filme bebe.
A crítica mais frequente feita ao filme, de forma negativa, é sobre a grandiloquência descontrolada de Snyder, mas a partir do momento em que este escolhe seguir somente por este caminho, sem repetir o que foi feito em "O Homem de Aço" (2013), ele acerta.
Os músculos como pernas de Superman e todas as "destruições arte" que o endeusam e as câmeras lentas que o diretor ama usar constroem a sensação de suprassumo da perfeição, que pode dificultar para que se relacione com o herói, mas as rápidas quebras entre seus voos e atos heroicos com sua humanidade representada na forma de Martha e Lois Lane dão ao espectador uma proximidade com o kriptoniano. 
Já o homem-morcego surpreende em sua primeira aparição, até sua origem é tratada com um surrealismo do diretor que põe os morcegos levando um jovem Bruce Wayne para a luz e quando surge pairando como um monstro, no alto de uma parede como o mamífero, faz com que se entenda a que veio.
E com uma trilha sonora que remete a uma ópera, a amazona mais amada do mundo marca presença com simples frases e poses que constroem sua personalidade e força, já que não possui muitos diálogos.
Tudo isso unido, transportando as páginas para o cinema.
Quanto a estrutura, os diálogos e trocas rápidas mantêm uma fluidez e as frases com significados filosóficos e interpretativos estão mais do que presentes nos personagens de Jeremy Irons (Alfred) e Jesse Eisenberg, que interpreta um vilão talvez tão louco quanto o Coringa, mas tão calculista quando um serial killer.
A destruição desta vez é mascarada pelo espaço em que acontece, com toda a poeira, escuridão e raios, mas não pode-se concluir que Snyder segurou sua mão.
Ao fim de BvS a origem da justiça prometida está escrachada para o espectador comum e para o fã, então só resta esperar para a continuação do universo DC nos cinemas.


  • Veredito: Bvs é a extravagância quase perfeita de Zack Snyder com alguns tropeços na contação da história, mas que esta longe desta decepção que muitas criticas vem plantando.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Crítica: "The Jungle Book" - "Mogli: O Menino Lobo"

Mogli - O Menino Lobo

4 ESTRELAS


Após o grande sucesso de "Alice no País das Maravilhas" e "Malévola", mesmo sendo de qualidade duvidosa,a Disney vem na crista de uma grande onda de remakes live action de suas animações clássicas, como foi "Cinderela" e como farão de "A Bela e a Fera" com Emma Watson, e agra em 2016 temos "Mogli - O Menino Lobo", feito completamente em computação gráfica, exceto por seu protagonista, interpretado por Neel Sethi.
O drama fantástico tem muito a oferecer em termos de tecnologia e na maneira de se fazer filmes com CGI e 3D. Assim, como "Avatar" revolucionou o cinema, o menino lobo pode ser o responsável por muitas novidades nesta mistura de atores e máquina.
Um dos problemas que poderia existir era o de deixar os animais caricatos ao mesmo tempo que realistas e que com certo 'peso', para criar a conexão entre o espectador e personagem, o que é fácil para a animação que é fofa e arredondada, mas com as dublagens e o jogo de proporções, mostrando a selva e os animais como seres celestiais, o filme traz um aprece natural aos animais belos, como o urso preguiçoso, os lobos, a pantera e até mesmo a cobra e o orangotango.
No fim, para os que apreciaram o sentimento de nostalgia, notam-se twists feitos da obra original, mas mesmo estes são feitos para um bem maior.

  • Veredito: A última animação produzida por Walt Disney tem em seu revival um funda inovador, mas respira a fórmula original: sem muito roteiro, mas cheio de coração.